Agricultores franceses dão início a nova onda de protestos

por Rosário Salgueiro - correspondente da Antena 1 em Paris

Reuters

Os agricultores franceses voltam aos protestos. Estão previstos cortes de estradas, em vários locais, e será colocada palha em rotundas, câmaras municipais ou esquadras da polícia.

A correspondente da Antena 1 em Paris, Rosário Salgueiro, adianta que os produtores agrícolas franceses contestam a eventual assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que junta países como o Brasil, a Argentina ou o Uruguai.

Também o presidente francês, Emmanuel Macron, já afirmou que o acordo com a América do Sul não serve os interesses do país.

A Confederação dos Agricultores de Portugal está solidária com esta luta, mas o secretário-geral da CAP, Luís Mira, esclarece que há neste acordo aspetos negativos, mas também positivos, pelo menos para os interesses de Portugal.
Quanto ao aumento das importações das América do Sul, por exemplo, Luís Mira diz que terá pouco impacto em Portugal.

O país já importa 50 por cento da carne de vaca que consome. Mas será diferente, admite Luís Mira, para outros países.

A discussão já leva 20 anos, sendo o princípio de acordo de 2019. Agora é preciso esperar por mais detalhes.
Nesta altura, há assuntos mais importantes, no entender do secretário-geral da CAP.
Os franceses apelaram a um protesto além-fronteiras, mas desta vez isso será pouco provável, diz Luís Mira.

No início do ano o protesto dos agricultores ganhou grande dimensão, com marchas lentas, estradas bloqueadas e até confrontos em diversos países. Mas aí, diz Luís Mira, as questões eram outras e uniam os agricultores europeus.

Em causa estava, na altura, por exemplo, o excesso de burocracia, os níveis de exigência para a produção e importação de produtos fora da União Europeia e os prazos para o cumprimento de algumas metas.
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